Definição
A divisão celular é o processo pelo qual células se dividem para assim dar origem a outras. O processo acontece tanto em organismos pluricelulares (que possuem mais de uma célula), como em organismos unicelulares (aqueles que possuem apenas uma célula).
Por exemplo, os seres humanos, são gerados a partir de uma célula chamada célula ovo, que se multiplica até formar o organismo humano. As divisões celulares também possibilitam a regeneração de alguns órgãos, como o fígado. No caso dos organismos unicelulares, a divisão celular origina outras células responsáveis pela geração e crescimento de uma colônia.
Ciclo Celular
A divisão celular é uma das etapas do ciclo celular, que é um conjunto de processos que acontecem em uma célula viva. Além dela, a outra etapa é chamada de intérfase, a mais longa, que corresponde a 95% do tempo. É nela que ocorrem os fatores que possibilitam a divisão celular, como a divisão dos centríolos, produção de proteínas e replicação do DNA.
A intérfase é subdividida nas seguintes fases: fase G1, que é a fase onde as células aumentam de tamanho por causa da formação de organelas e iniciam o processo de síntese de proteínas e produção de RNA; fase S, nessa fase acontece o processo de duplicação e síntese das moléculas de DNA; fase G2, essa é a fase que acontece entre a síntese do DNA e a mitose.
Tipos de Divisão Celular
Existem dois tipos de divisão celular, são eles: mitose e meiose.
Mitose
Na mitose, uma célula-mãe, haplóide (n) ou diplóide (2n) origina duas células-filhas com o mesmo número de cromossomos da primeira. Ela ocorre nas células eucarióticas e possibilita, portanto, a distribuição de cromossomos e constituintes citoplasmáticos da célula-mãe entre as células-filhas.
Suas principais funções são: crescimento, cicatrização e regeneração de tecidos, divisões do zigoto durante o período embrionário e a formação de gametas em vegetais. Ela ocorre em quatro etapas:
Prófase
- É a fase mais longa, quando os filamentos de cromatina se enrolam e diminuem de tamanho virando cromossomo. Os dois pares de centríolos se afastam em direções opostas e formam o fuso acromático. O nucléolo e a carioteca desaparecem aos poucos. O invólucro nuclear se rompe com a chegada dos centríolos aos polos e os nucléolos desaparecem.
Metáfase
- Os cromossomos chegam a posição mediana da célula e condensam-se ao máximo de maneira individualizada. Nesse momento, a contagem de cromossomos e a verificação das alterações estruturais é possível. Formam a Placa Equatorial por meio do alinhamento no plano equatorial. Também nessa fase o fuso acromático se desenvolve e algumas fibrilas se conectam aos centrômeros.
Anáfase
- Os centrômeros começam a se duplicar e as fibras do fuso, conectadas aos centrômeros, encurtam e puxam os cromossomos para os polos da célula. Depois da clivagem dos centrômeros, os cromatídios se separam e originam dois cromossomos independentes.
Telófase
- Nessa etapa as fibras do fuso desaparecem e a membrana celular se desenvolve em volta dos cromossomos de cada polo da célula e passam a existir dois números com informação genética igual. Além disso, os cromossomos se descondensam e têm início a citocinese (divisão do citoplasma).
Meiose
Na meiose a célula-mãe diplóide (2n), com cromossomos duplos, dá origem a quatro células-filhas com metade do número de cromossomos da primeira a partir de duas divisões sucessivas. Ela tem as funções de formar esporos nos vegetais e gametas em animais e ocorre em oito fases. São elas:
Prófase I
- Nessa primeira fase os cromossomos tornam-se mais condensados e ocorre o emparelhamento dos cromossomos homólogos. O nucléolo e a carioteca desaparecem e os centríolos migram para os polos da célula para formar o fuso acromático. Esse período é subdividido em: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.
Metáfase I
- A membrana celular deixa de existir e forma-se um fuso. Os cromossomos pareados se alinham no plano equatorial e os centrômeros se ligam a fibras que surgem de centríolos opostos.
Anáfase I
- Nesse momento os emparelhamentos se desfazem e cada cromossomo migra para um polo da célula. Os dois membros de cada bivalente se separam e se distribuem de forma independente um dos outros. Os conjuntos paterno e materno originais se separam em combinações aleatórias.
Telófase I
- Dois núcleos são formados a partir da descondensação do nucléolo, com metade do número de cromossomos.
Prófase II
- Os cromossomos se condensam novamente e acontece a duplicação dos centríolos. Também nesse momento a membrana nuclear desaparece e forma o fuso acromático.
Metáfase II
- Os cromossomos se encontram na região equatorial e os centríolos se preparam para se duplicarem.
Anáfase II
- Há uma duplicação dos centrômeros e eles são divididos em duas cromátides, que formam dois que migram para as extremidades da célula.
Telófase II
- Nesta última fase os cromossomos se descondensam ao chegar aos polos e formam um novo núcleo com quatro células haplóides.
Mitose x Meiose
Embora ambas façam parte do processo de divisão celular, as duas ocorrem de maneiras diferentes. Enquanto na mitose se formam duas célula-filhas com material genético idêntico ao da célula-mãe, na meiose se originam quatro células-filhas com material genético diferentes ao da célula-mãe.
O número de cromossomos das células-filhas na mitose é igual, quanto na meiose esse número é reduzido pela metade. Além disso, a mitose ocorre com a maioria das células somáticas do corpo, enquanto a meiose ocorre apenas com células germinativas e esporos.